Desde que conheci a Kika do Projeto Quatro Patinhas, tenho sido lar temporário. E ela diz que eu dou sorte, até agora as adoções têm sido duplas e no sábado, uma tripla!Mas até agora eu ficava com os gatinhos que ela trazia para mim. No feriado foi diferente, fiz o meu primeiro resgate!
Eu estava com ela de carro e pegamos uma entrada errada e demos numa rua sem saída, em um bairro que nunca vamos. E tinha uma senhora cuidando de um gato na calçada. Ele parecia doente e então fomoes perguntar se ela precisava de ajuda.
Na verdade ele estava com a patinha cheia de bichos, um cheiro de podre insuportável, com uma carinha de dor, os olhos caídos... ali naquele momento a única coisa que pensamos foiem cuidar do gato, e rápido! Pegamos o gato, colocamos no carro e rapidinho fomos até clínica Bichos e Caprichos.
Mel sendo atendido na clínica Bichos e Caprichos
Colocamos o nome dele de
Mel. Ele é um gatinho amarelo adulto, manso e está muito assustado. Sente muitas dores ainda. Está sendo muito bem tratado pela equipe de lá, mas está bem tristinho. Ele não está comendo ração seca, só patê. Tenho ido nas visitas, fico lá conversando com ele fazendo carinho. Acho que ele já me reconhece e gosta do meu carinho.
Hoje vão fazer o exame para saber se a ferida foi causada por esporotricose. Seis dias depois de internado ele está melhor, mas a ferida está muito aberta e com muito tecido necrosado. O risco de perder a patinha ainda não foi totalmente descartado, mas está ficando cada vez menor.
No dia que levamos ele para a clínica, durante o atendimento - quando tiraram mais de 40 larvas da patinha dele - eu estava contando como foi que o encontramos, que nos perdemos e tal, aí o vet falou para mim: "você acha que você se perdeu? Você foi levada. Esse gato ia morrer! Te levaram lá para encontrar ele na rua. naquela rua, naquela hora. Não se iluda..."
E pensando bem, é verdade. Se a gente passa por lá 15min antes não ia encontrá-lo. A senhora que estava cuidando dele, disse que tinha acabdo de puxá-lo debaixo de um carro. Ou seja, nós realmnete não íamos vê-lo. Sem contar no monte de coisas que aconteceram durante o dia e nos atrasaram bastante... enfim, acho que é verdade, ele estava ali para ser resgatado e cuidado. Por isso, tenho muita fé que ele vai se recuperar, e esquecer esse tempo ruim de dor, abandono e tristeza.
Assim que ele ficar bom vai estar disponível para adoção, e se Deus quiser e São Francisco ajudar, vai encontrar um lar com muito amor para ter uma vida longa, com muito carinho, comidinha gostosa, água fresca, chamego de mãe e muita segurança, longe da rua!
Quem quiser contribuir com a internação do Mel, ou se interessar nele para adoção, me manda um e-mail petetecos@gmail.com .
Ah! esqueci de contar. Internamos o Mel no mesmo dia que o Tião teve alta. Ele agora está lá no sítio Quatro Patinhas. Ficou muito feliz de voltar para lá. Já encontrou com os amigos, brincou muito e todo dia ganha o patê que tanto gosta! A transfusão de sangue foi fundamental na recuperação dele e agora ela continua o tratamento, mas nem parece que esteve tão mal.
Fico muito feliz por ter ajudado o Tião de alguma forma. E saber que ele está bem, faz valer todo o sacrifício que foi a doação do sangue, a tensão da internação e a angústia da espera.
Eu até colocava um potinho de comida no alto da estante que fica ao lado, assim ele podia fazer uma boquinha por lá.
Essa gatinha cinza e branca foi jogada grávida naquela casa que a Kika mantinha no bairro do Jardim América, no Rio de Janeiro. Detalhe: na véspera do despejo. Ela teve os filhotes durante a mudança e ficou hospedada num lar temporário até quinta-feira, quando veio para a minha casa. 
