terça-feira, 19 de abril de 2011

A hora certa de parar

O post de ontem falava da minha porteira fechada para temporários e novos moradores aqui em casa. E esse é um assunto delicado mesmo, qual é a hora certa de parar?

Talvez eu devesse ter parado a mais tempo, mas os “problemáticos” caíram na minha mão e acabaram encalhando. Eu sabia que isso poderia acontecer quando os acolhi e não me preocupei. Sabia do risco e estava pagando para ver.

Foi assim quando acolhi a Camille e o Mel. Ele com gengivite, problemas de adaptação e relacionamento com humanos. Ele é ótimo, mas muito medroso. Morou muito tempo na rua, chegou muito assustado e corria o risco de ser devolvido ou pior, abandonado novamente. Sempre tive muita preocupação com ele por causa disso. Mas ele até que teve sorte, tem duas madrinhas apaixonadas por ele, que são presentes na vidinha dele. E ele já entendeu que quando elas vêm aqui é para visitá-lo e ele esperto, adora se exibir jogando bolinhas e brincando com ratinhos, todo lindo!

Ela escama, pelagem que as pessoas não gostam. Perguntam se é doença, sarna, se "é assim meesmo". A Camille ficou anunciada por um ano, mas ninguém nunca perguntou nada dela. Ela não teve nenhuma pessoa interessada. E como eu já esperava, só tornei oficial o que já acontecia de fato, adotei a Camille.

Depois eu resolvi trazer a Brigitte para fazer o tratamento aqui em casa. Nós duas temos uma história de amor desde o primeiro momento que nos vimos e eu sabia que seria difícil devolvê-la ou doá-la. Mas a possibilidade existia. Só que com o tempo eu vi que era impossível abrir mão da Brigitte. Ela realmente é louca por mim. As pessoas percebem isso quando vêm aqui. Ela me segue pela casa, tem muito ciúme de mim, está sempre me olhando e se eu não vou na hora que ela me chama faz uma cara de triste de cortar o coração!

A Wylla conseguiu uma adotante logo que chegou aqui, o que realmente me deu uma certa tranqüilidade. Sei que ela vai embora e no início nem queria gostar dela. Eu pensava vou cuidar dela como se fosse minha, mas não quero gostar. Sei lá, acho que era medo. Hoje eu sei que gosto dela como dos outros. Se ela encalhasse aqui em casa seria minha, nunca iria abandoná-la. Mas ela vai ter uma casa, com uma família ótima e vai ter uma vida feliz! E eu sei que fiz a minha parte, cuidei quando ela precisou e fui a ponte para ela encontrar uma mãe maravilhosa!

E o Sebastian, último morador da casa, é uma adoção conjunta, se é que isso existe. Ele é o xodó da Kika e uma gatinho carente, que pede colo, adora dançar e fica seguindo a gente pela casa, por isso ele era chamado de Shadow. Lá no sítio a Kika só podia dar atenção a ele nos finais de semana e ela achava isso pouco, que ele merecia mais atenção. Na minha última visita ao sítio reparei que ele estava com o olhinho lacrimejando muito e com uma baba na boquinha. Então falei com ela ia trazê-lo para levar na vet. Ele foi examinado, testado e tratado. Ele tem gengivite e o olhinho que lacrimeja ainda é seqüela da esporotricose que deixou uma cicatriz no olho esquerdo. Ainda vamos ter que procurar um especialista para uma avaliação mais precisa do problema, mas acho que vai dar certo. Por causa da gengivite precisou fazer um tratamento de dois meses e depois do resultado do teste de Fiv/Felv negativo, eu e a Kika resolvemos que o melhor para ele seria ficar aqui em casa comigo e com ela, já que ela pode vir aqui vê-lo sempre que quiser. Assim ele tem duas mães.

Sempre que eu peguei um temporário, dizia para ele “não se preocupa, se ninguém te quiser, eu quero” e isso me deu tranqüilidade. Só que agora não posso mais fazer isso. Não tenho como falar isso para o próximo temporário. E não vou conseguir olhar nos olhos de um gato que já foi abandonado uma vez e não ter certeza do que vai acontecer com ele. Por isso, resolvi que não pego mais nenhum, por tempo indeterminado.

Sei que tem gente que vai atirar pedra, mas cada um sabe da sua vida e eu sei da minha.

Tem muito animal precisando de ajuda e eu já tirei 9 da rua ou de abrigo, abrindo espaço para outros. Sem contar os que passaram por aqui e foram adotados. Acho que a minha parte está bem feita. Se cada um fizesse um pouco, a situação do abandono não seria tão triste!

Continuo ajudando a Kika com outras coisas da ONG, o que não falta é trabalho! Mas lar temporário, porteira fechada!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Quatro anos depois, novidades e porteira fechada!

Há quatro anos a minha vida mudou completamente com a chegada de duas criaturinhas peludas, magrelas e assutadinhas.
Adotei o Frank Sinatra e o Fred Astaire e eu me tornei uma pessoa melhor e muito mais feliz por causa deles.
Eles haviam sido resgatados na véspera e estavam assutados, coitados. E eu não sabia nada de gatos, nem tinha me preparado para recebê-los. Tive que improvisar uma cama e uma caixa de areia, mas desde o primeiro instante eles foram muito amados!
Eles são muito amigos e adoram dormir juntinhos. Até hoje é assim. Na hora eu nem tinha noção disso, ia adotar o Frank por andar sonhando com um gato cinza, mas quando me falaram do irmãozinho dele, nemquestionei, resolvi ficar com os dois. E o Fred foi uma surpresa maravilhosa. Como ele é amigo e companheiro!
Fred Astaire
Frank Sinatra
Depois de 10 meses de tratamento aqui em casa a Brigitte teve alta e com isso o meu compromisso com ela acabaria, já que eu havia combinado com a Kika que ela ficaria aqui até ficar curada. Mas decidi tornar oficial o que o meu coração sempre soube: eu sou da Brigitte e ela é minha. Foi amor à primeira vista, recíproco. Não tenho como devolver a gata para o sítio, nem colocar para adoção. Então agora é oficial, a Brigitte fica e eu espero que ela tenha uma vida longa e feliz aqui.
Ela ainda anda chateada com ciúmes, mas aos poucos vai passar. Ela já voltou a dormir comigo e a me pedir carinho. Tudo vai voltar a ser como antes.
Brigitte Bardot
O motivo dos ciúmes da Brigitte é o meu hóspede Shadow que hoje se torna oficialmente o meu oitavo gato e passa a se chamar Sebastian Bach. Ele é um doce de gato e muito carente. Está sempre pedindo colo, atenção, quer ficar perto. Então ele agora tem duas mães, eu e a Kika, mas mora comigo. E aqui eu fecho a porteira e encerro a minha vida de lar temporário. Pelo menos por enquanto...Sebastian Bach
Na verdade ainda tenho uma temporária aqui em casa, a minha afilhada Wylla Gatinha, mas ela tem mãe e assim que tiver alta da esporo vai morar na casa nova, brincar com os irmãos e ganhar muito amor e carinho. Lá ela vai ter comidinha de vó, brincadeira de tia e chamego de mãe! Quando ela for embora todos nós vamos sentir falta, principalmente o Mel que adora brincar com ela e eu já avisei para a Samantha que vou chorar baldes, mas sei que ela vai ser muito feliz, então também fico!
Wylla Gatinha

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Vai passar....

... mas até lá, ela está aborrecida comigo.
Desde que o Shadow chegou aqui em casa que a Brigitte está muito aborrecida comigo. Está sempre com um bico enorme para mim. Eu sei que vai passar, mas ela está zangada. Ela e o Frank se parecem muito de temperamento. Ele é o dono da casa e ela a dona. Eu sou dela, mas ela abre uma exceção para ele e só.
Agora estamos passando uma fase mais difícil, mas eu sei que logo passa. Quando a Wylla veio par acá foi a mesma coisa, ela odiava a Wylla e hoje as duas vivem juntas. Com ele também vai ser assim, mas até lá...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Três anos

O dia 12 de abril de 2008 foi um sábado de sol e céu azul. E como eu me lembro disso? Tem como a gente esquecer o dia que se viu pela primeira vez no olhar de alguém especial e viu que era amor? Não, não tem!Naquele sábado fui dar uma volta perto de casa e me deparei com uma coisinha linda de olhos verdes e nariz rosa numa gaiolinha para adoção. Assim que o pequeno me viu, fez tudo para chamar a minha atenção, estava decidido que me queria. Sim, ele me quis desde o primeiro momento, eu fui adotada por ele.
E assim a família cresceu. Ganhei um caculinha. Um miudinho levado pacas! Brincalhão e carinhoso. Ele chegou sabendo que aqui era o seu lugar no mundo.Ele é engraçado, adoro o jeito esparramdo dele dormir. Me acorda com beijos no nariz e carinhos nos cabelos todos os dias. É conversador e fofoqueiro. Não pode ver uma bolsa que vai logo dar uma conferida.Hoje ele é um gatão de três anos. Foi batizado em homenagem a um dos fotógrafos que eu mais admiro: Henri Cartier-Bresson. Mas aqui em casa ele é o Henrizinho. O meu Henrizinho!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Felicidade

Desde que o Shadow chegou aqui em cas ano dia 20 de fevereiro, ele estava em isolamento. Acabei de receber o resultado do teste de Fiv/Felv dele: NEGATIVO!!!!
Nem acredito de tanta felicidade!
Obrigada São Francisco, mais uma que eu estou te devendo!

Entrando na rotina...

Depois de todo o susto, Mel votou a comer, respira tranquilamente nem lembra aquele gatinho que mal respirava. Passou! Vida nova! Ele agora come tudo que eu coloco no pratinho dele. E toda hora tem alguma coisa lá. No auge do desespero eu peguei ele no colo e comecei a horara e falar com ele que ele precisa comer, se ele não comesse ia morrer e eu ia ficar muito triste, porqueeu gostava muito dele e não queria que ele morresse. Bom, sei que desde essa nossa conversa, ele come tudo que eu coloco no prato dele.
Ele está esperto de novo, brincando como se nada tivesse acontecido. Hoje até se escondeu no armário do banheiro e ainda fez cara de "você não está me vendo, eu não estou aqui" quando dei de cara com ele.A Wylla também está completamente recuperada. Feliz da vida, brincando e correndo pela casa. Tem horas que ela precisa recarregar as baterias para em seguida começar tudo de novo. Olha como ela cresceu! Está comprida, nem cabe mais no teto do condomínio!O Vincent continua com aquele jeitinho tímido que é o charme dele. Meu meninão é doce e meigo. Adora um chamego e fecha os olhos quando faço carinho nele.
E par aterminar, uma imagem que eu amo! Fred e Frank juntinhos. Eles ficam assim desde pequenininhos. Eles se amam muito! E não sabem o que é a vida sem o outro, afinal estão juntos desde a barriga da mãe deles! Nunca que eu ia ter coragem de separar. Quando vejo essa cena, mesmo quatro anos depois, tenho certeza que fiz a coisa certa adotando os dois juntos!