segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Madeleine

Em junho eu senti uma das tristezas mais profundas da minha vida quando o Mel se foi. Ainda choro quando lembro dele, ou vejo alguma foto e acho que vai ser assim durante um bom tempo. O amor que eu sinto por ele não vai morrer, vai continuar dentro de mim. O lugar dele no meu coração vai ser sempre dele, mesmo que venham outros gatos para minha vida. Eu continuo mãe de nove filhos, oito moram comigo e um no Céu dos Gatinhos.
Desde que ele se foi várias pessoas me mandaram anúncios de gatinhos amarelos precisando e ajuda, de adoção. Alguns amigos, querendo me fazer um carinho falavam, "olha, amarelinho como o Mel", achando que se eu adotasse um outro gatinho amarelo a minha tristeza e a minha saudade acabariam, e que eu substituiria um gatinho amarelo por outro. Foram muito anúncios. Teve uma semana que foram cinco!
Eu sempre pensei e continuo acreditando que, se a minha família tiver que crescer, ela vai crescer, mas no momento certo. E quando é o momento certo? Não sei dizer, mas acho que quando ele chegar, eu vou entender.
E porque eu estou falando tudo isso? Com tantos anúncios e pedidos de ajuda, no final de agosto eu vi o apelo que me tocou, bateu diferente.

Era o pedido de ajuda para uma gatinha grávida que estava na rua. A foto mostrava uma caixa de papelão e uma pancinha avantajada. Uma gatinha ruivinha como o Vincent.

Com uma cara de boazinha, bem bonita. Uma amiga viu e disse que poderia trazer aqui em casa e arcar com alguns gastos, mas que não teria como ficar com ela.
 Eu pensei que poderia ficar com ela, dar um final de gestação tranquilo e depois ajudar na adoção dos filhotes, castração dela e adoção para ela própria.



Com duas ligações tudo estava resolvido. Rápido, muito rápido, nem acreditei! Isso aconteceu numa noite de sexta-feira. Na manhã do domingo a gatinha chegou aqui em casa. Saiu da caixinha e veio para o meu colo. Completamente tranquila , confiante e à vontade.



Tenho que confessar que levei um susto quando vi a carinha dela, lembrei do Mel na mesma hora, foi inevitável. E ela provocou a mesma reação na minha amiga, na irmã dela e na veterinária por onde ela passou antes de chegar aqui, a mesma veterinária que cuidou do Mel. Todas nós pensamos nele.
Aqui em casa ela dormiu um dia inteiro, pediu muito carinho, comeu muito e ganhou o nome de Madeleine.



Foram vinte dias aqui até que os bebês nasceram. E que alegria ter bebês em casa!
Os bebês estão fofos, gorduchos e saudáveis. Nasceram na manhã de sexta-feira, dia 20 de setembro. Ela é um doce de mãezinha! Cuida deles com muito carinho.
São dois amarelinhos como ela e quatro escaminhas.

Eu estou completamente encantada com tudo isso. É uma emoção enorme! A vida que continua, esperança que renasce.
Ver aquelas coisinhas miúdas se mexendo, procurando a mãe e olhar dela pra mim, grato, é isso mesmo, um olhar de confiança e gratidão. É tão incrível que não me deixa dúvidas, eu sei que fiz a coisa certa.
Queria que todas as gatinhas do mundo tivessem a chance de ter uma gestação tranquila, um parto seguro e que os seus filhotes crescessem com saúde. Mas sei que infelizmente essa não é a nossa realidade. Eu não posso mudar o mundo, mas posso fazer a minha parte e a minha parte nisso tudo foi acolher a Madeleine e garantir que os bebês viessem ao mundo com dignidade.
Não fiz nada procurando o Mel, mas acho que foi uma forma de homenageá-lo. Até novembro todos ficam aqui, depois vou colocar anúncio para adoção. Espero que todos encontrem lares amorosos e comprometidos, onde eles tenham carinho e proteção.

Quanto à Madeleine, estamos muito encantadas uma com a outra. Ela confia cegamente em mim, tanto que me deixa chegar perto dela e dos bebês sem susto. Ela também merece uma mãe amorosa. E eu espero que ela encontre. Até novembro, eu sou a mãe de todos e vou matar a saudade de ter neném em casa, já que tem um tempão que a minha turma cresceu.
Se eu tiver que ser a mãe da Madeleine, eu vou ser, mas mas agora isso não faz a menor diferença. O que importa é que ela está bem, assim como os bebês e ninguém corre o risco de ser atropelado ou sofrer alguma maldade na rua. E eu estou muito feliz de poder proporcionar isso. Feliz de viver essa emoção!

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Feio é ter preconceito

 Eu tenho um gato preto na minha casa, na minha vida, na minha família, no meu coração.
 Objeto do meu afeto, merecedor do meu respeito e do meu amor.
 Fred Astaire Petetecos Martins, abandonado com poucos dias, resgatado quando estava sendo apedrejado numa praça.
 Há seis anos vive seguro e protegido, amado, cuidado e respeitado.
 Um gatinho feliz como todos merecem ser.
 Meigo, doce e carinhoso.
 Em pleno século 21, e tem gente que ainda abre a boca para repetir bobagens. Gato preto da sorte, da amor, da alegria. Azar o seu que é preconceituoso! Que está preso a ideias velhas, ultrapassadas e totalmente  equivocadas.
 Eu tenho um amor em forma de gatinho preto, com o pelo macio e brilhoso, que não perde a chance de demonstrar o amor que também sente por mim.
Fred, obrigada por ser meu filho! Sou mais feliz com você na minha vida!

Já conhece o meu outro blog? Passa lá para ver!

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Quatro anos!


No dia 09 de setembro de 2009 chegaram Vincent e Camille. Ele já veio para ficar. Ela era para ser temporária, mas sempre soube que ficaria também. Hoje olhando para trás, percebo que seria impossível um sem o outro.
Eles se conheceram no mesmo abrigo, foram amigos desde o início. Ele tímido, ela extrovertida, brincalhona. Ele reservado, ela simpática. Eles se amam e se completam.
Com ela, ele se sente seguro. Com ele, ela se sente protegida.
Ela é a dona do coração dele, acalma seus temores.
Com ela, ele fica mais leve, relaxado, feliz.

Eles não compartilham o mesmo sangue, não nasceram da mesma barriga, mas se escolheram na vida com amigos, irmãos, parceiros.
Ele cuidou dos filhos dela quando nasceram e cuidou dela quando ficou doente. Dorminhoco, passou a noite toda ao lado dela deitado com metade do corpo dentro da caixinha de transporte. depois, quando ela acordou zangada da cirurgia e foi dormir na janela, ele foi junto e ficou com a beira para ela não cair.
Amor, é isso que os une. Amor de irmão, não precisa ter sido gerado no mesmo útero. E eles são irmãos, se amam profundamente!
Eu acho lindo de ver.
Um ano depois da adoção dele, ela ainda estava aqui como temporária e então eu entendi que ela nunca foi temporária. Ela também veio para ficar.

Hoje completamos 4 anos juntos. Quatro anos que a minha família ficou mais colorida e divertida. Quatro anos que sou mãe de menina.
Quatro anos de demonstrações constantes de carinho e cuidado, de um gatinho tímido, com uma gatinha tagarela. Quatro anos de tranquilidade para eles, que agora sabem que não vão ser separados.
Vincent e Camille, amores da mãe, obrigada por estarem na minha vida e serem filhos tão queridos!
Com muito amor,
Mamãe

P.S.: Escrevi esse texto ontem e publiquei no Facebook. Mas não quero que o blog fique parado, então sempre que fizer um post bacana lá, vou repetir aqui e tentar trazer de volta o movimento do blog.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Novidades

Olá!
A gatinha da foto é minha hóspede desde domingo passado. Ela estava numa rua de muito movimento, no Campinho, aqui no Rio de Janeiro. Aí, uma moça começou a dar comida a ela e lançou um apelo no Facebook.
Eu a acolhi aqui em casa. Detalhe, ela está grávida!
 Ela é um doce de gatinha! Muito mansinha e dengosa. Pede carinho toda hora.
 Me recebe com miadinhos e da a cabecinha pra ganhar carinho quando eu chego.
 Está vivendo um caso de amor com os saquinhos de sachê! Come dois por dia e já aprendeu a pedir.
 Ela foi resgatada por uma amiga que levou ao médio, onde ela foi examinada, fez exames de sangue, foi vermifugada e tomou remédio para pulgas. Como ela não tinha nome, resolvi batizar de Madeleine.
 Suíte da Madeleine na minha área.

 Ela é muito bonita. Tem a pelagem ruiva com a marcação classic tabby, parece o Vincent, mas tem a carinha parecida com o Mel.
 Ela vai ser testada e castradas depois que os bebês nascerem e depois todos estarão disponíveis para adoção.
 Mas até lá, ela fica aqui, ganhando sachê e carinho, com toda a tranquilidade que ela precisa para ter os bebês. Com toda a segurança que ela e todas as gatinhas do mundo merecem. Que bom que eu estou podendo oferecer um espaço na minha área para ela.